quinta-feira, 31 de março de 2011

Só hoje ... me ame ou deixe-me



Hoje acordei assim, meio borboleta
que resolveu bater assas e voar para
lugar nenhum. Letárgica sem pensar em nada.
Porque minhas perguntas são melhores que
minhas dúvidas.
Sou assim mesmo, cheia de sorriso nos olhos,
sonhos nos lábios e coração nas mãos.
Entediou-me apenas olhar a rua sem
decidir o caminho, invadir tristezas com
as pontas dos pés enquanto embrulho amores de celofane.
Hoje eu gosto de gente que chora,
ri, desabafa, sente à flor da pele e
principalmente espalha passos de esperança por onde passa.
Não me julgue apenas me abrace,
com a certeza de que hoje brindaremos o viver intensamente.
Beberemos toda a garrafa gota a gota
relendo os capítulos prosaicos do livro de nós dois.
Hoje estou assim nessa necessidade de silenciar a saudade,
por favor, não a faça gritar.

Keli Wolinger

A saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.” Martha Medeiros

sábado, 26 de março de 2011

De tudo que meus olhos não falam, gritam...



Minha vida se resume no agora. No tiquetaquear dos sonhos de um coração em ritmo acelerado. No verão que trago dentro do peito e nos lábios molhados de momentos. Porque tudo tem razão, motivos, circunstâncias, exatidão. No riso primaveril de singularidades do amor verbalizado no presente constante. Não quero amar só no amanhã, quero ontem, hoje e por toda a vida. Porque é assim que me sinto AGORA, em um silêncio gritante de plurais. Adjetivada de emoções e vestida de saudade. Tudo em mim se resume apenas em um coração preso no hiato constante de sentimentos conjugado imperativamente em primeira pessoa. De amor até os ossos eu só sei sentir.
“Ando de um lado para outro, dentro de mim” Clarice Lispector.
Keli Wolinger

sábado, 19 de março de 2011

Intímo


Aprendi a enxergar a beleza que há em mim. De tudo que conquistei nos sonhos, lutas e lágrimas. Despida de sentimentos e com a nudez da alma exposta. Trouxe esperança nos lábios, mesmo com incertezas no coração. Tudo no meu tempo. No breve instante do “seja eterno enquanto dure”.  Estendi minhas fantasias no varal, aguardei o sol secar as dores enquanto o vento beijava delicadamente as cicatrizes. Plantei vontades e colhi certezas. Quando o riso se fez ausente sobrou as promessas, as pegadas na areia o cheiro da pele e o calor da cama. Despertei. Era tempo de recomeçar das falhas cometidas, todas necessárias, desistir foi meu melhor ato de coragem.

Keli Wolinger

sábado, 12 de março de 2011

A nova namorada do meu melhor amigo


Queridos leitores como vocês já bem sabe, my brother de coração  Diogo Campos e eu, nos aventuramos a escrever alguns textos. E a leitura a seguir faz parte de um olhar feminino brincadeiras à parte,  sobre uma série de textos que ele começou a postar no seu espaço da blogosfera. Bem espero que curtam a parceria e bom final de semana para todos."Buenas e me espalho".
Para entender as histórias: Minha Nova Namorada: Parte II



O vento sacudia furiosamente os galhos das árvores fazendo os toldos do bar assoviar em tom assustador a antiga canção do tempo. Alheios a isso os dois velhos amigos, brindavam suas derrotas interior com uma cerveja barata e batatas fritas.
- O que precisamente você quis dizer ontem quando falou “só tu mesmo”? Inquiriu ele dando um gole demorado na cerveja pela metade do copo.
- Hum ... resmungou ela, enquanto arqueava a sobrancelha esquerda.
- Seus comentários bestiais, somente você com essa sua mania de perfeição sutil, para fantasiar pensamentos tão mesquinhos.
Ele a observou com um sorriso sarcástico nos lábios – continue, por favor.
- Você a chama de infantil, pelo passado digamos “sórdido” e as atitudes que tanto te irritam, porém você já percebeu quem, realmente se importa com tudo isso? O que quero dizer é quando se conheceram tudo parecia improvável. Tudo rápido e intenso demais como ambos são. Os olhos castanhos frios da menina te petrificam e a mente dela um enigma para você, e isso te faz querer se envolver cada vez mais.
A amiga fixou os olhos nele de forma que suas palavras formaram a típica ruga na testa do jovem quando ele costumava pensar - pode ser.
- Te conheço o suficiente para saber que quando ela te disse eu te amo no primeiro encontro, foi o fato de você realmente se importar e também sentir a mesma coisa que te assustou. Fatídico, não irônico, pois o cara que detém todo o controle da situação não estava no comando. É isso que te faz querer ter essa garota. O fato de que ela pode ficar no controle absoluto o faz querer mantê-la longe. Você se gaba dizendo que jamais a levaria a sério uma garota tão autossuficiente e autoritária, mas já percebeu que é exatamente este o tipo de garota que mais te atrai?
- Anyway garota... não comece com está conversa de que eu tenho medo dela porque.....
- Hei! Não disse que tem medo dela, o que ocorre é que você tem pânico de você mesmo do que pode ser tornar ao lado dela. O sexo entre vocês é maravilhoso, mas é o fato de ela odiar Metallica, e dizer que é uma porcaria é que te faz querer dominá-la. Te consome a ideia de poder  mudá-la, a remodelar da sua maneira na triste e patética tentativa do discurso de homem perfeito e sistemático.
Ele sorriu enquanto balançava a cabeça negativamente e enfiava mais uma batata rapidamente na boca. Ela encheu os copos quase vazios de cerveja tomou até quase esvaziá-lo e continuou o discurso.
- Não finja que não se importa quando na verdade está totalmente entregue. Lembra – se do primeiro encontro? Você agindo como um adolescente se preparando para o baile da escola, lavou o carro, cortou os cabelos fez a barba e pasme colocou seu melhor jeans. Irônico se não fosse trágico. E o que ocorreu? !Vocês dançaram beberam e ela acabou nos braços de outro. No fim da noite você a levou para casa, furioso, mas não deixaria esse gostinho de vitória para o outro cara. E quando ela quis beijá-lo você recuou. De que adiantou me diz? No outro dia estava na cama dela consumido, envolto no perfume dos cabelos claros dela sobre seu peito.
- Hahaha... está me dizendo que perco o controle para uma ninfeta? Que ela me domina sem eu perceber? Sempre soube que você não batia muito bem, mas não que havia ficado completamente louca. Ironizou ele enquanto fingia tomar do copo já vazio.
- Meu caro amigo a menina da qual falamos eu praticamente vi crescer. Talvez devido a isso tenha tanta estima por ela. Não somos tão velhos e ela não é uma garotinha, mimada eu diria, porém é uma mulher travestida de anjo com um poder devastador do qual você esta provando as consequências.  Você diz que não a ama, depois se contradiz, entretanto, quem deu o primeiro passo?  Foi você. Quando a presenteou com algo que ela adorou. Quando admitiu também amá-la após a primeira transa e agora por estar desnorteado ao admitir que estão namorando. Não se faça de durão cobrando dela por beijar o outro cara, quando você faz o mesmo dormindo com outras garotas procurando por aquele rosto e a maneira que ela te enlouquece.
Ele abaixou a cabeça e encarou a mesa puída de madeira enquanto tamborilava os dedos no copo e exasperou longamente.
- Ok. Você falou, porém não me disse ao certo o que sua frase significa. Garota eu realmente não entendi.
- Não se faça de sonso. Quando entro em seu apartamento e me deparo com ela de pijamas de motivos infantis, by Lolita, flutuando pela sua sala ainda de cabelos desengrenhados me recebendo com um “oi que bom vê-la”. Tive a certeza que você realmente não vai negar o que sente. O pior, me diz que ela está na roupa mais broxante do mundo, quando seus olhos e pensamentos falam o contrário. Por favor, já te disse não pense tão alto quando eu estiver por perto. E sim, você é o canalha da história, não estou sendo feminista apenas dizendo a verdade.
Os dois amigos sorriram dos acontecimentos discutidos.
 -Então é o que me diz. É o que temos para hoje, pois bem eu não concordo.
- Sabia que você me diria isso, e me antecipo ao falar não seja covarde e faça o que está morrendo de vontade tenha atitude e tome você o controle da situação. Já estou cansada de ajuda-lo a apagar as marcas deixadas pelas mulheres que você tenta evitar.
Ela levantou-se fez um último brinde e esvaziou o copo. Deu de ombros e acenou já de costas para o amigo com um sorriso nos lábios. Ele cruzou os braços atrás da cabeça sobre a nuca e riu internamente. Detestava admitir, mas ela tinha razão. Fez então o que lhe restava, tirou o telefone do bolso e sua memória visual lhe fez digitar os números que sabia só de olhar no teclado. Aguardou ansiosamente o terceiro toque.
Keli Wolinger

sexta-feira, 4 de março de 2011

O falecimento do amor



Mudei. Há muito em mim que não consigo compartilhar, desde o excesso de amor até a companhia da solidão.  A saudade no superlativo. Eu só sei sentir. Não sei bem ainda definir o que nasce dentro do peito, corrói as entranhas e aflora. Hoje eu te amo, mas amanhã não. Sem explicações, tudo bem? Eu igualmente não as tenho. Não se pode viver por muito tempo uma inverdade, algo que não lhe pertence de fato.  Ser insensato é inevitável quando se ama, porém a lucidez se faz necessária, assim como o amor o excesso dela também mata.

Keli Wolinger
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