Sinto uma saudade de mim. Não sei dizer por
onde anda aquela jovem cheia de sonhos no coração, pensamentos livres e
ideologia nas palavras. Essa mesmo, que vestia o jeans mais surrado, os fones
no ouvido e trazia no peito os solos de guitarra e a batida da bateria - para
ser completa. Hoje estou mais preocupada em ser amada, irmã, amiga, ouvinte, confidente, jornalista,
estudante e nas horas vagas lembrar que sou mulher. Apesar de muitas vezes me
esquecer. Tento sinceramente tento, juro, compreender porque devemos dar um
nome para cada sorriso, uma desculpa para jantares que não queremos ir e
pessoas que não desejamos falar. É irônico como a cada despertar das horas percorro
atrás do tempo com a sensação de que ele corre cada vez mais depressa. Descobri
cabelos brancos. Não que isso me preocupe, idade chega para todos. De fato o que
me assusta é que não havia me percebido. Todos os dias o espelho me olha, mas
ando sem encará-lo ultimamente. Percebi que as pessoas estão morrendo
lentamente e isso me causou uma angústia profunda, porque de certa forma também
fui contagiada. É difícil quem acha graça de si mesmo, lê boas histórias e se emociona com o pôr do sol. Amor não mata, ele foi feito para
ser bebido até a última gota e fica melhor quando se acrescenta uma pitada de
saudade. Essa ressaca emocional te faz saber que ainda está vivo.
“Tudo o que eu fui prossegue em
mim”, mesmo que distante está aqui. Quem não gostar de
como estou faça as malas e bata a porta.
Keli Wolinger
Essa historia de TER QUE DAR NOMES as coisas, é uma das coisas que mais nos fazem sofrer. por que não apenas vivemos e sentimos cada momento?
ResponderExcluirAbraços... boa semana
Porque não nos é permitido escolha de regras impostas.
ResponderExcluirBjos