- "Então é
isso. A decisão foi sua".
Recordo-me bem das suas últimas palavras antes
de vê-lo sair pela porta das minhas memórias. Preferi te responder com meu
silêncio. A verdade é que ainda sou assombrada pelo seu fantasma perambulando
na casa. As lágrimas
dilaceram a face e as perguntas surgem como gotas de orvalho: será que era
amor? E se não fosse que nome teria?
Pela manhã eu estava plena, feliz, completa. E quando o manto negro desceu sob
a abóboda estrelada eu já estava diminuída, desamparada e só. Já não sabia
dizer o que nascia dentro de mim sem nome.
Se
você não conseguiu responder às minhas perguntas, como espera que eu mesma
faça? Descobri que sou feliz sem você. E descobri sozinha, quando mergulhei sem
pretensões de voltar no desconhecido que sou. Quem me fez refletir e abrir as
cortinas do espetáculo da vida foi você mesmo, é você quando saiu da minha vida
me deixando com os olhos vidrados nas gotas de chuva que arremessavam sua fúria
contra as vidraças da janela.
Quando
meu corpo finalmente encontrou o solo e despedaçou-se depois de pular do abismo
que me encontrava, percebi que minha alma levantou-se e continuou livre. Nada
mais importava eu permanecia viva, restaurada presa à minha própria liberdade.
Sorri
incontrolavelmente e às pressas voltei pelo vielas vagas de lembranças e para
cada uma dei meu olhar mais bonito.
De uma coisa estou convicta, por mais que
tivesse partido para viver novos amores você voltaria e a porta continuaria
entreaberta, seu perfume pelo ar e cama feita. Porque não é a presença que te
satisfaz é a espera, é a demora. De fato, “eu nunca te amei, eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela
verdade inventada”.* (Martha Medeiros)
Keli
Wolinger
Keli, que texto maravilhoso! Você me deixou sem palavras!
ResponderExcluir"De uma coisa estou convicta, por mais que tivesse partido para viver novos amores você voltaria e a porta continuaria entreaberta, seu perfume pelo ar e cama feita. Porque não é a presença que te satisfaz é a espera, é a demora. De fato, “eu nunca te amei, eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada”.* (Martha Medeiros)"
Que texto!...fiquei colada a sentir as imagens a fruir cada palavra.
ResponderExcluirbj
Hahahahaha... vc arrasa sempre, mesmo qnd eu erro! uahuhauha
ResponderExcluirte abraço bem apertado e te deixo uma beijoca risonha!
ResponderExcluir*
Como todos os outros textos esse é mais um maravilhoso, parabéns!!
ResponderExcluirOlá..
ResponderExcluiratravés de amigos cheguei á teu cantinho ..
Apresento-me como uma simples amante da poesia ..
de tudo que é belo e aguça emoçôes.
Volto com mais tempo para ler-te ..
seguindo..
beijo meu'
Qtas veses dxamos a porta entreaberta, aí ele volta, reinstala´-se feliz e lá vai o coração sofrer de novo, belo texto, como sempre profundamente romantico, instigante, provocante ao instinto de cada leitor, por isso é tão bom passear por aqui, pra vc bjos, bjos e bjosssssssssssss
ResponderExcluirSe é amor, é ardor.
ResponderExcluirTe vi voando lá nos ares da Pipa e vim conferir.
Beijos.
Priscila,
ResponderExcluirAgora quem ficou sem palavras foi eu. Você é uma alquimista, com as palavras repletas de sentimento e verdade. Não se demore para voltar a blogosfera grande abraço cheio de saudade.
Eduarda,
ResponderExcluirSeja bem vinda! Que sua passada por este cantinho não seja breve. Estarei aqui sempre de braços abertos para te receber com carinho.
Obrigada.
Eu te perdoou Brunno, mas só dessa vez hahahah
ResponderExcluirBjos
Cris,
ResponderExcluirRecebo o abraço e retribuo o riso.
Dias estrelados para você
Obrigada Fernanda,
ResponderExcluirSeja bem vinda! Volte quando quiser estarei de braços abertos para recebe-la.
Abraços
Capitu,
ResponderExcluirA eterna dona dos olhos misteriosos ..rss
Sinta-se em casa, entre puxe as entrelinhas e,por favor, quando quiser retorne sempre terá uma xícara de chá para acompanhar os versos.
Abraços
Pois e não é Wenderlen,
ResponderExcluirO amor é danado. Quando menos percebemos ele vem e se instala sem pedir licença.
Abraços
Seja bem vindo Léo.
ResponderExcluirTranscenda você também pelos tempos do Anacrônica.
Volte quando desejar.
Abraços