Estou
de volta meus queridos leitores! Peço perdão por esse longo período de
ausência, mas realmente precisava de vírgulas, pausas para retornar com fôlego
renovado para o blog. O Natal passou, mas nem por isso vou deixar de desejar
meus votos de prosperidade e muita alegria para vocês que dedicam seu tempo
para vir até aqui e contribuir com pedacinho de cada um. Seja em seus depoimentos ou diversas demonstrações de carinho. Temos um Ano Novinho e cheio de novidades por vir.
Enfim... entreguei os primeiros capítulos do temido livro, de uma das
disciplinas finais da facu. Confesso que estava ansiosa com o parecer do
professor, contudo, o resultado foi bem compensador e agora respiro mais aliviada.
Compartilho com vocês o capítulo inicial e aguardo a opinião, críticas e
sugestões.
Lembro
a todos que se trata de um romance de não ficção, ou seja, o fato (nesse caso
um acidente automobilístico) aconteceu, porém os pormenores e algumas
circunstâncias são fruto da mais pura literatura não contendo traços da
realidade. Todos os depoimentos, detalhes e dados são produtos de entrevistas
com alguns dos envolvidos, clipagens de matérias jornalísticas, consulta à base
processual todos devidamente documentados. O nome das personagens foram
alterados para preservar a segurança das mesmas.
Espero que gostem e boa
leitura!
Keli Wolinger
Capítulo 1
Encruzilhada
Rasgou a madrugada
ecoando entre as ruas um estrondo tão intenso quanto o despertar de um monstro
enfurecido. O barulho do metal tilintando contra o asfalto abafou-se em seguida
com o soar ininterrupto de um alarme.
Os moradores,
assustados, abrem suas janelas na tentativa de identificar de onde vinha o som
ensurdecedor que os fez acordar naquela até então, tranquila noite de sábado.
Pairava no ar o cheiro
de pneu queimado no asfalto, gasolina, fumaça e destruição. O motor do
automóvel rugia como um animal agonizando. O letreiro luminoso no teto do carro
piscava enquanto faíscas saltavam junto com a fumaça. Os pedaços do carro espalharam-se pela extensa Avenida Santos
Dumont, popularmente conhecida como Terceira Avenida em Balneário Camboriú.
O soar contínuo do
alarme provinha de um estabelecimento comercial invadido por uma camionete
preta que estilhaçou uma parede de vidraça, rompeu uma coluna de concreto e
arrastou os móveis em exposição.
Antes do nascer do sol, por volta das 5h da madrugada do
dia 20 de dezembro de 2009, no cruzamento da rua 2000 com a Terceira Avenida, o
motorista da camionete, acompanhado de mais dois jovens, voa baixo com os
faróis apagados e colide na lateral de um táxi. O táxi percorria a via principal sentido
Norte/Sul. Após a batida o carro do estudante invade
uma loja de móveis planejados. Durante o choque violento entre os automóveis, o
táxi foi arremessado do outro lado da rua.
Vinte e nove segundos. O tempo exato da criação de um
cenário devastador. Entre o metal contorcido, os airbags acionados, restos de concreto e vidros despedaçados, três
jovens se debatem dentro de um veículo parcialmente destruído. Um empurra o
outro para tentar sair mais depressa. Enfiam os braços para fora do carro na
tentativa de destravar a porta emperrada. Só conseguem destrancar a porta
traseira da direita. Pulando uns sobre os outros deixam para trás a camionete.
O jovem motorista sai à procura do alvo que por fatalidade
atingiu. Sua visão está embaralhada, a cabeça retumba como a maior relojoaria
do mundo a meia noite. Desorientado cambaleia em direção ao esboço desfocado à
sua frente.
Algo quente escorre pelos seus olhos. Instintivamente a ponta dos
dedos toca sua testa. Sentiu-se vendo o mundo de dentro de uma gaiola, olhando
tudo através de uma película vermelha. Engoliu seco, arqueou-se ao longo do
corpo, a cena exposta era estarrecedora. A pulsação acelerou e a assimilação
com a realidade o fez despertar do transe. O grito não saiu, ficou preso na
garganta.
Há corpos estendidos no chão. Três ocupantes do táxi foram jogados
para fora do carro. Um tapete vermelho se alarga na calçada de petit- pavé.
Dentro do veículo o taxista, preso pelo cinto de segurança, agoniza. Em
meio à destruição e o caos um sopro de vida. A quarta ocupante do táxi respira
fracamente.
Um burburinho generalizado toma conta do
local. Em poucos minutos a extensa avenida é tomada por curiosos. O jovem está
sozinho. Seus amigos o deixaram à mercê da própria sorte. Assustados com
a gravidade do acontecido, os dois ocupantes da camionete deixam o local do
acidente.
Confuso, ele não consegue identificar quanto tempo se
passou desde que abriu a porta e andou até aquele caminho. Seriam quinze,
vinte, trinta segundos? Ou talvez mais? Já não sabia ao certo se realmente
estava acordado.
As luzes vermelhas estroboscópicas das viaturas podiam ser vistas a
500 metros, e pintavam todo o céu de vermelho; as sirenes alarmantes ecoavam
furiosamente entre as vielas.
Policiais se apressam
para chegar até o aglomerado de pessoas que bradam agressivamente contra o
jovem - com as roupas manchadas de sangue. Enquanto os guardas tentam conter o
avanço dos populares e interrogar previamente o condutor da camionete, os
socorristas cobrem os corpos expostos no asfalto e iniciam a reanimação dos
sobreviventes.
A noite estava longe de chegar ao fim.
Que boa notíci sua volta Keli.
ResponderExcluirEssa data 20 de dezembro, seria em minha homenagem, já que meu aniversário é um dia depois??? hauahuaha
Bjus
Belo texto, uma linda msg, q bom q vc recarregou as baterias, reorganizou energias, pra vc minha linda bjos, bjos e bjossssssssss
ResponderExcluirOpaaa, venho lhe desejar um execelente 2011 cheio de realizações e tudo de melhor que a vida possa lhe oferecer.
ResponderExcluirSua parceria foi muito importante para o Crescimento do TÔ Ligado!.
Espero poder contar com você no próximo ano.
Fique com Deus... Abraços.
Brunno Luiz
..."Algo quente escorre pelos seus olhos. Instintivamente a ponta dos dedos toca sua testa. Sentiu-se vendo o mundo de dentro de uma gaiola, olhando tudo através de uma película vermelha. Engoliu seco, arqueou-se ao longo do corpo, a cena exposta era estarrecedora. A pulsação acelerou e a assimilação com a realidade o fez despertar do transe. O grito não saiu, ficou preso na garganta...."
ResponderExcluirImpressionante como você descreve e mantém um foco. Realmente,você é demais!
Espero que você coloque o resto,hihihihi
Keli, um ótimo 2011 [e um feliz aniversário!].
Abraços!
Brunno,
ResponderExcluirNão poderia deixar passar a oportunidade né kkkk.
Saudades de você arretado ótimo 2011.
Bjos,
Keli
Wenderlen,
ResponderExcluirGrata pelo carinho e cumplicidade que esses novos dias tragam consigo um mar de boas energias.
Bjos,
Keli
Alan^^
ResponderExcluirSaudades de você garoto!
Um feliz 2011 para você também. Seu lugar está garantido no meu core.
Bjos,
Keli