sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Subterfúgio

Preciso de um tempo de mim, não um tempo para mim, mas distância do meu eu.
Cada vez que paro e me reconheço mais tenho medo do que sinto. Ser eu não é fácil, tão extremista, prolixa nada retórica.
Pode parecer estranho, mas prefiro a dor ao amor, mas o porquê disso? Seria sadismo injustificado?
Me limito a responder que a dor traz consigo todas as formas de amor.
É pela tristeza profunda que achamos meios de nos reerguer e encarar a verdade. Quando estamos fracos, desiludidos e magoados nos deparamos com a realidade e então surgem as respostas para as perguntas injustificadas.
É pela desilusão que chegamos ao perdão. É através do medo que descobrimos a coragem.
É devido às lágrimas que chegamos ao sorriso. É conhecendo a distância que entendemos a saudade.
É por que se fosse fácil de superar não chamaríamos de obstáculo.
Por que só assim passamos a entender que as feridas deixam marcas que chamamos de cicatrizes, as quais com o tempo são curadas quando nos rendemos á aquilo que não conhecemos.
É pela dor que se descobre que se existe o recomeço, é por que nunca deixou de existir amor.
Simples assim.
E a distância do meu eu que não chega....


Keli Wolinger

Um comentário:

  1. Pode parecer piegas, mas uma vez... um "caso" me disse uma coisa que nunca esqueci: mais vale sofrer por uma coisa que te fez feliz um dia, a não ter nada por sofrer.

    Bom fds Keli

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